A vida tem que acabar, chega uma hora que viver vira um fardo, todos os Oscar deveriam ter ido para o filme australiano que é falado em Frances, jamais vi algo tão real, não sei se funciona como diversão, nem mesmo como arte, se formos alertados sobre tudo que nos espera na velhice talvez a opção seja outra, mesmo assim recomendo o filme, que tenta passar o respeito e o amor entre duas pessoas, mesmo com o final, tenta ser uma historia de amor, com dois atores espetaculares e em um ritmos que beira ao teatral, Amor é um belo filme, sem ser belo hora nenhuma, acho que o cinema não deve se preocupar com isso, se olharmos dentro da natureza humana, como o filme pretende, algo pode dar errado, se for depressiva e tem a tendência a chorar, não veja o filme, se estiver na cama com AVC, definitivamente não veja.
Gêneros, cenários, questões sociais ou comuns. Cinema é algo tão abrangente, que pode ser trabalhado de tantas formas, que chega a espantar. A paixão pela sétima arte é uma das que eu acho mais belas, o amor que um ser humano pode sentir por um simples filme, o que ele pode vir a representar para a sua vida, tudo é tão gratificante. Entretanto, não conseguimos viver apenas disso. O sentimento por outra pessoa sempre aparece, mas não adianta ficar ansioso, buscando isso desesperadamente. O Amor aparece quando você menos espera, quando está tranquilo, seguindo a sua vida. A obra de Michael Haneke mostra que ele pode ser eterno, apesar do mundo mostrar o contrário hoje em dia.
A produção de Amor é algo tão simples que chega a assustar. Michael Haneke volta a surpreender o mundo, com uma visão muito bonita do que pode ser um dos maiores sentimentos da humanidade. Para tal feito, ele conta com apenas dois personagens, mas não é algo simples. Nada de jovens apaixonados, que por muitas vezes não conseguem entender completamente o que estão sentindo. O diretor escolheu mostrar algo eterno através de um casal de idosos, fazendo isso brilhantemente durante o decorrer de toda a estória apresentada.
A trama começa no famoso estilo europeu. O filme começa pelo que deveria ser sua última cena, mostrando um apartamento sendo “invadido” pela polícia. Murmúrios são ditos, algo parece ter acontecido no local. Uma morte, nenhuma explicação. Após tal apresentação a filme começa a levar o espectador para conhecer uma estória de um casal idoso, que vivem o cotidiano de um casal. Entretanto, subitamente Annes (Emmanuelle Riva) começa a ter momentos estranhos em sua vida. Ela começa a adoecer, definhando aos poucos, começando assim as dificuldades na vida de um casal idoso. O seu marido, George (Jean-Louis Trintignant) tem todos os cuidados, mas o mundo por vezes não é justo. Pioras acontecem, uma estória é contada, dificuldades crescem.
É um roteiro muito simples, sem muito o que comentar em si. O fato da estória se passar completamente dentro de um apartamento resume muito bem qualquer tipo de comentário que se possa fazer sobre uma produção. Entretanto, o aspecto estético não é completamente chamativo. Na verdade, o que o espectador consegue notar são as mudanças que acontecem aos poucos nos cenários. Claramente o casal era muito culto, mas durante o enredo mudanças vão acontecendo em suas vidas, com objetos necessários sendo adicionados. O local aos poucos vai ficando mais tenebroso, lembrando por vezes o antigo, mostrando uma mudança no tempo. Tudo muda, menos o sentimento que o casal tem um pelo outro. As câmeras tem seus ângulos modificados durante as filmagens, buscando por vezes detalhes do cotidiano de um casal, como eles se comportam em seu dia a dia, sem grandes mistérios para o cotidiano das pessoas.
Emmanuelle Riva, esse é um nome que deve ser guardado e preservado até o dia 24 de fevereiro. A atriz de 83 anos de idade é uma das grandes favoritas ao prêmio do Oscar, algo que é muito bem justificado através da sua atuação. O público é sugado para dentro da produção através dos acontecimentos, ficando completamente desligado, mas ao mesmo ansioso para descobrir todos os detalhes que aconteceram naquele local. É uma produção forte, que faz você pensar em como é importante ter alguém que realmente lhe ame ao seu lado quando os momentos de dificuldade se encontrem próximos.
Fiquei completamente em estado de choque após assistir ao filme de Haneke. Ele soube conduzir todo o conteúdo da sua produção de uma forma tão clara, mas ao mesmo tempo tão diferente, que me fez pensar muito sobre a vida. Será que um dia você pode ser amado daquela mesma forma? Você faz algo para merecer aquilo? Não são apenas momentos felizes que contam em nossa vida, e isso pode ser uma das mensagens pelo filme. Apesar de resumido, ele também pode ser analisado de diversas formas. Cada ser humano vai pensar uma coisa sobre esta produção quando conferir. Alguns vão pensar que deixaram o amor passar, outros que ainda esperam algo que possa representar aquilo, mais um pouco a frente podem até aparecer pessoas que desejem nunca sentir tal sentimento. O mundo é complexo, encontrar um igual de tal forma é complicado. É uma produção que mostra muito de um cotidiano, que uma pessoa pode se preocupar tanto com a outra que por vezes nem vai dormir, mas que também tudo aquilo um dia pode se tornar realidade em algum momento da sua vida. Prepare-se para pensar muito, não tem como escapar disso após tomar tal soco na cara durante a linda estória apresentada.
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