quarta-feira, 10 de abril de 2013

HANNIBAL

Hannibal Lecter não é apenas um personagem. O escritor Thomas Harris não criou uma simples trama, ele criou uma verdadeira lenda literária, que mais tarde foi adaptada para os cinemas interpretada por ninguém mais, ninguém menos que Anthony Hopkins. O ator deu vida ao Dr. Lecter nos cinemas através de uma trilogia, sendo o mais aclamado deles o primeiro título; O Silêncio dos Inocentes. Anos mais tarde o retorno aconteceu as telas, com a missão de contar sua origem, mas o retorno não foi positivo. Agora, com assassinos em série entrando novamente em foco, um dos mais brilhantes maníacos também ganhou o seu retorno. Uma lenda, que prova mais uma vez que sempre vai ter o seu espaço. Hannibal está de volta, agora pela NBC norte-americana ou pelo canal pago AXN em território brasileiro no próximo dia 16.
Desde os primeiros minutos a série acompanha Will Graham (Hugh Dancy), um detetive do FBI que está caçando um serial killer. Ele apresenta uma forma única de pensar, sempre se colocando no lugar dos psicopatas que ele persegue. Contudo, isso também cria uma forma de simpatia e adimiração pelo criminoso em seus pensamentos. Só que desta vez ele precisa de ajuda, e é aqui que o seu chefe entra. Como a mente do assassino em questão é muito complicada, o Dr. Jack Crawford (Laurence Fishburne) pede ajuda de um dos melhores psiquiatras do país, o Dr. Hannibal Lecter ( Mads Mikkelsen ). Juntos, eles formam uma parceria para ajudar o FBI na caça assassinos em série. O que o FBI e Graham não imaginam, é que o Dr. Lecter tem uma natureza misteriosa e criminosa em sua vida.
O primeiro episódio da série foi muito interessante. Para começar, o roteiro foi muito bem trabalhado, apresentando Will desde o início, criando uma expectativa ao redor de um dos protagonistas da série. Contudo, quando chega o momento de Hannibal aparecer é que o seu modo de descrição muda completamente. É um episódio que já parte de um pré-suposto; o público já conhece o Dr. Lecter, um dos maiores maníacos da história literária e cinematográfica, mas também um canibal. As cenas seguintes começam a entrelaçar os dois modos de narrativa, mas a cena mais clara sobre o médico é o momento em que ela corta um jovem pulmão como se estivesse fatiando uma picanha qualquer.É elegante, mas ao mesmo tempo psícotico.
Os protagonistas da série são completamente contrários um ao outro se você aprofundar o seu modo de agir, mas o detetive é um pouco perturbado pelos seus pensamentos. Na verdade, ele parece criar cada vez uma maior adimiração pelos seus criminosos. As atuações também não deixam a desejar. É claro que Mads Mikkelsen não é um Anthony Hopkins, mas ele já tem um belo histórico como psícopata cinematográfico. O ator parece à vontade com o papel, podendo criar uma nova imagem de Lecter aos seus espectadores. Ele pode criar uma ponte interessante entre o Dr. que vimos nos cinema, e o que assistimos na série.
É uma série que já chega cheia de expectativas, com uma temporada completa encomendada. Hannibal não passou pela aprovação de piloto, ela teve seus 13 primeiros episódios solicitados logo de início. Não foi um primeiro episódio brilhante, mas foi um ótimo prelúdio. O fato de o programa mesclar dois estilos narrativos me chamou muita atenção, principalmente quando ele alterna entre os dois protagonistas. Outra ponta que gera grande expectativa é a inteligência de todos envolvidos na trama, já que o programa se passa em uma investigação do FBI. A sanidade é um tema que deve ser muito trabalhado também ao longo da temporada, e até mesmo de toda a série. Alguns momentos de loucura e vontades já foram mostrados, mas com certeza muito mais deve vir por aí. É um programa policial, acima de tudo, mas tem todos os seus encantos para os dois lados da moeda. Uma série que chega bem elaborada, mas que pode evoluír e  acabar na perfeição investigativa.

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