quarta-feira, 10 de abril de 2013

ARGO



Por que um cara bonito não pode ser um bom diretor, Argo ,sem dúvida,teve a melhor direção, melhor ator e melhor cenário do ano passado, ao contrário do, badalado e pouco premiado, A hora mais escura, Argo sofreu com o preconceito pelo ator, diretor não ser um nome bem vindo na academia, mesmo assim,sem dúvida nenhuma foi a melhor reconstrução de época que já vi no cinema, talento, técnica, bom gosto, um filme para adultos, com certa inteligência.É bonito ver o cinema discutindo coisas do passado, gostaria que a TV brasileira e o cinema fizesse isso, veja tropa de elite dois, que sucesso.

 

 


Durante o decorrer das décadas de 70 e 80, Hollywood começou a passar por uma verdadeira transformação. Desde o lançamento de filmes como O Poderoso Chefão e O Exercista, os blockbusters começaram a mostrar sua cara. Tubarão foi lançado, fez mais de 100 milhões em bilheteria, e foi “escolhido” como o pai dos arrasa quarteirões. Argo é um filme que trabalha com essa temática exatamente ao fundo. Apesar de ser um filme mais voltado para investigações internacionais e conflitos políticos, a produção utiliza a expansão hollywoodiana como base para o seu desenvolvimento. Tudo isso acaba deixando o filme muito mais interessante, mas não lhe deixa sem um foco. Tudo é muito claro desde o início, os fatos são apresentados, mas a utilização do entretenimento é um belo charme, que se adequa rapidamente ao filme.
Usar Hollywood em um filme hollywoodiano. Isso para muitos é um sonho, mas para Argo é realidade. A produção consegue trabalhar os detalhes tão bem, de forma tão inteligente, que fica complicado de não simpatizar com o que vai sendo apresentando no decorrer da estória. O elenco também colabora bastante, já que não é formado apenas por nomes consagrados, mas também por astros que são carismáticos pelo seu público. É uma mistura muito interessante, mas que deu certo até nisso.
O filme se inicia em 4 de novembro de 1979, quando a embaixada norte-americana em Teerã é invadida por militantes islâmicos e estudantes iranianos. Eles exigem a extradição do ex-governante do país Mohammad Reza Pahlavi, em tratamento de saúde nos EUA, o que gera uma crise de reféns no Irã. Contudo, seis americanos conseguiram sair da embaixada antes da invasão, escondendo-se na residência do embaixador do Canadá. A partir desse momento, a CIA começa a estudar meios de resgata-lós e Tony Mendez apresenta uma idéia de resgate: criar uma equipe de produção de um falso filme de ficção científica, chamado Argo. Com o apoio de seu chefe, Jack O’Donnell e com a ajuda de John Chambers, um renomado especialista em maquiagem da indústria cinematográfica, e do ator Lester Siegel, ele monta uma equipe e viaja até Istambul, antes de chegar a Teerã. No local, treina as novas identidades com os refugiados, que passarão a ser cidadãos canadenses membros da equipe do filme. Sua missão é convencer que eles estão procurando locações, para futuramente retornar aos seus lares num voo da Swissair.
O roteiro de Argo é muito bom, encanta muita gente. Entretanto, querendo ou não, ele não é apenas um filme sobre entretenimento. Todo um clima político e investigativo cerca a trama desde o seu início, o que para algumas pessoas pode ser momentaneamente tedioso. Contudo, a trama é muito bem amarrada desde o seu início, sendo dividida por partes e sabendo o momento de trabalhar cada uma delas. Ben Affleck mais uma vez apresenta um fato ao mundo: ele é um ator muito fraco, mas quando se envolve por trás das câmeras consegue surpreender muito. A montagem do filme também é muito bem feita, apresentando momentos de tensão, mas apenas nos momentos corretos. O intrigante; Ela apresenta cortes rápidos, que lembra muito o estilo outrora de outro diretor. Palpites? A fotografia também é muito bem apresentada, sabendo os seus momentos de sair um pouco do estilo convencional que é estipulado durante o filme.
Argo chega ao Oscar como o grande favorito, isso não resta dúvidas. O fato da não indicação de Ben Affleck na categoria de melhor diretor, de nada funcionou para diminuir o seu favoritismo. Muito pelo contrário, apenas aumentou. A produção acabou faturando diversos prêmios que são considerados verdadeiros termômetros, o que acaba indicando um real favoritismo ao grande prêmio.  Mais uma vez a academia ignora um diretor que poderia levar o prêmio, mas isso não é novidade alguma. Muitas vezes isso já aconteceu, falando históricamente. O próprio Steven Spielberg, indicado ao prêmio, já deixou de levar a estatueta para casa em diversas oportunidades que merecia muito mais do que em 2013. Após tudo isso, agora só nos resta esperar o resultado.
Bem, eu sou muito fã do estilo com que Argo foi trabalhado. Gosto da fotografia agitada nos momentos certos, do estilo com que ele foi dirigido, da forma com que é elaborado. Entretanto, não consegui amar a trama como deveria. Não sei o que aconteceu, mas simplesmente não fiquei completamente alucinado com a produção, mas sei reconhecer que o filme é fantástico. Só pelo fato de ser baseado em fatos reais, já vale muito a pena ser conferido. Fora as situações absurdas e tensas do final, mas que são  explicadas pela época em que aconteceram. Ben Affleck é no momento o grande queridinho, mostrando que tem um verdadeiro talento para direção.
O interessante; há 6 meses, quando estavam cogitando o mesmo nome para a direção do filme Liga da Justiça, um fandom enorme se levantou, gritou, disse que não queria. Entretanto, qual deve ser a reação agora? Particularmente, acho que Ben Affleck deveria se aposentar como ator. Após mostrar que tem um grande talento para roteiros em Gênio Indomável, argumento escrito em parceria com Matt Damon, agora ele conseguiu surpreender com Argo de uma forma interessante. O filme tem uma construção geral que beira a perfeição em todos os seus setores, mas o roteiro tem seus momentos de falhas e de monotonia, principalmente na primeira metade. Quase todos que estão assistindo ficam verdadeiramente encantados, isso não tem como negar. É um filme político, que enaltece Hollywood de uma forma incrível, que sabe até utilizar o senso de humor do mercado na época. Vale muito a pena ser conferido, mas repito: não é completamente perfeito.

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