A primeira coisa que eu devo afirmar aqui é; Eu não li os livros da saga Beautiful Creatures. Sendo assim, não tenho como fazer uma comparação digna da adaptação, pelo menos, não sem saber os pontos mudados. Infelizmente não tive tempo, então já peço desculpas. Em segundo lugar; Não vou ficar comparando a saga com outras o tempo todo. É claro que citações podem acontecer, mas esporadicamente. Dito isso, passo para a parte de mitos. Vampiros, Lobisomens, Anjos, Bruxas, e agora, Conjuradores. Seres sobrenaturais sempre chamaram uma atenção muito grande no decorrer dos tempos, sem ter uma data específica para acabar. Após a volta dos Vampiros, apesar de modificados, agora outros mitos começam a buscar o seu espaço. Isso acabou gerando a chance de livros sobre criaturas fantásticas voltarem com tudo. Como a própria trama já diz; Os seres de Dezesseis Luas (que tradução tosca foi essa?) não são Bruxas, mas sim conjuradores. Entretanto, não deixa de ser em cima de um romance adolescente que tudo se desenvolve.
Para começar, o elenco “adulto” da série é completamente competente. Nomes como Emma Thompson e Jeremy Irons estão presentes na adaptação. A produção pode até não contar com grandes atuações dessas estrelas, mas até eles estando em um “piloto automático” funcionam muito bem. Irons interpreta Macon Ravenwood de forma elegante, mas ao mesmo tempo grosseira e sarcástica, características que acompanham sua carreira. O ator não tem o seu brilhantismo de costume, como em Cruzada, filme estrelado por Orlando Bloom, muito menos consegue lembrar suas atuações em Lolita, ou até mesmo em Beleza Roubada. Já Emma Thompson consegue roubar a cena em alguns momentos, sempre conseguindo encarnar uma personagem completamente diferente da outra. Não é nada comparado ao que é capaz de fazer, mesmo assim ainda se destaca em poucos momentos. Uma atriz que não é veterana, mas que é apaixonante é Emmanuelle Grey Rossum, intérprete de Ridley.
Na trama, Ethan Wate (Alden Ehrenreich) é um estudante do terceiro ano do colegial, que não vê a hora de ir embora de Gatlin, Carolina do Sul. Ele considera a cidade pacata demais, onde nada de interessante acontece. Contudo, o rapaz se vê preso ao local por ter que cuidar de seu pai, que não deixa o quarto desde que a esposa faleceu em um acidente de carro, um ano antes. Há alguns meses Ethan é atormentado por sonhos misteriosos, onde vê uma garota desconhecida. Um dia, ele a encontra em sua sala de aula. Trata-se de Lena Duchannes (Alice Englert), uma jovem de 15 anos que está morando com o tio, Macon Ravenwood (Jeremy Irons), descendente da família fundadora de Gatlin. O problema é que Macon e seus familiares têm fama de serem satanistas, o que faz com que boa parte da população da cidade se volte contra eles. Não demora muito para que Ethan se interesse por Lena, sem saber que ela e os integrantes de sua família possuem poderes. Logo se descobre que eles precisarão lutar pelo amor que sentem um pelo outro, especialmente devido à uma maldição que assombra a família da jovem.
Pelo que entendi até agora, parece que muitas mudanças aconteceram na trama adaptada de Dezesseis Luas, o que prejudicou o seu roteiro. É uma estória muito parada em certos momentos, para uma produção muito longa ser desenvolvida. Se o filme fosse um pouco mais curto, talvez ficasse mais interessante, mesmo com as alterções que foram apresentadas. A direção foi direto no básico, sem arriscar na montagem, muito menos em uma fotografia que possa ousar um pouco mais. E olha, tinha espaço em uma ou duas cenas para fazer algo diferente, mas ficou apenas na possibilidade de mudar. Contudo, isso não transforma o filme em ruim, apenas tem uma filmagem comum. Um ponto que achei muito interessante foi a trilha sonora, que soube se apresentar muito bem em certos momentos. Os efeitos também não ficaram para trás, apesar de não possuírem uma ousadia muito grande.
Uma coisa é interessante de se notar; A produção soube elaborar o filme com o dinheiro disponível, sem tentar exageros como acontece hoje em dia. Nada de fazer algo monstruoso, muito pelo contrário, conseguiram investir melhor o dinheiro onde era necessário. Apenas por esse detalhe, eles já ganham um ponto extra. Saber o seu lugar no cinema hoje em dia é raro, mas parece que essa franquia vai conseguir se portar. Eu acredito em uma evolução para os próximos capítulos, já que considero uma estória ainda muito nova, e crua, para algumas pessoas. A duração foi um fato muito prejudicial, já que para construir algo assim, com mais de duas horas, tudo tem que ser muito bem elaborado, construído e analisado. Se não for por aí, você deve pelo menos ter personagens complexas, que precisem de uma apresentação prolongada. Contudo, isso não existe em Dezesseis Luas, que é construída em cima de um punhado com poucos nomes.
Eu gostei bastante da temática em que a trama é ambientada, tanto pelas novidades, quanto pelas presenças de sinais antigos que envolvem uma lenda mística. Foi um filme que me instigou um pouco a procurar mais detalhes sobre o seu enredo, tanto que já comecei a fazer isso conversando com pessoas que leram os livros. Fica muito claro que algumas personagens devem evoluir bastante com o passar do tempo, principalmente a protagonista. Por falar nisso, os dois atores príncipais são os mais fracos, já que são muito novos e ainda não parecem ter uma grande experiência em atuação. Eu acredito que oficinas deveriam ser empregadas neste tipo de produção, já que eles são quase adultos. Sem treinamento, eles não vão desenvolver. Contudo, espero que a evolução aconteça para o bem da trama.
É um filme divertido, mas cheio de falhas. Chegam certos momentos que beiram o engraçado ou sem noção, mas se tem público, sempre temos uma lição positiva para tirar. O relacionamento que é empregado ficou muito interessante, já que nesse caso, Lena tem poderes, o que já deixa tudo diferente. Em um mundo onde as mocinhas sempre são as fracas, Dezesseis Luas mostra o contrário. Ela é o ponto forte da relação, tendo que defender o seu parceiro, uma personagem decidida em alguns aspectos, confusa em outros. A partir do momento que se tem alguma atitude, tudo fica mais agradável de se acompanhar. É um filme para divertir, sem grandes pretenções. Entretanto, pode vir a ser algo maior em breve.

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